Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Michael Schumacher lamentaram as mortes de Marco Simoncelli e Dan Wheldon. Por outro lado, os pilotos admitiram que as tragédias não diminuíram o amor que sentem pelo automobilismo As mortes trágicas de Dan Wheldon, em Las Vegas, e Marco Simoncelli, na Malásia, foram um golpe pesado para o esporte a motor. Mesmo assim, Sebastian Vettel, Lewis Hamilton e Michael Schumacher afirmaram que o amor pelo automobilismo não diminuiu.
Para os três pilotos, que já estão na Índia em preparação para a corrida em Buddh, marcada para este domingo, os últimos eventos destacaram os perigos do automobilismo. No entanto, aceitar os riscos inerentes ao esporte faz parte da preparação de um piloto de F1.
“As últimas duas semanas foram terríveis”, disse Vettel. “No momento em que cheguei da Coreia fiquei sabendo sobre o acidente com Dan Wheldon nos Estados Unidos. Na semana passada, estava sentado no sofá, assistindo a corrida da MotoGP e vi a batida de Marco”, contou.
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Vettel: "“Todos assumimos riscos quando subimos em um carro, mas amamos a adrenalina." |
“Não éramos muito próximos, mas eu o conheci este ano. É horrível esperar, esperar e esperar, porque sabemos que geralmente não é um bom sinal se temos que esperar tanto tempo por notícias”, continuou o bicampeão mundial. “Todos assumimos certos riscos quando subimos em uma moto ou em um carro, mas amamos a adrenalina, amamos o automobilismo. Ao mesmo tempo, sempre esperamos que nada aconteça”, completou.
Vettel acrescentou que, embora a F1 seja por vezes criticada por algumas das medidas de segurança adotadas, ao mesmo tempo os pilotos não querem passar pela mesma situação que os pilotos da Indy e da MotoGP estão passando agora. “Amamos o que fazemos e estamos tranquilos em assumir certos riscos, mas é chocante ver como as coisas podem mudar rapidamente”, apontou.
“Temos que tentar sempre tornar as coisas mais seguras, e vamos ser criticados pelos carros estarem muito distantes um do outro, ou pelas áreas de escape serem grandes demais e por várias outras coisas, mas por outro lado não queremos nunca nos colocar na mesma situação pela qual todos os pilotos da MotoGP estão passando agora, ou na qual a Indy está vivendo”, ressaltou o alemão.
“Assim, mantemos nossos dedos cruzados e esperamos que nada aconteça. Mas não é impossível, sabemos disso”, afirmou o piloto da Red Bull. “No momento, acredito que a única coisa que podemos fazer é respeitar e dar às famílias espaço, dar a eles o tempo que precisarem”, concluiu.
Para Lewis Hamilton, as tragédias recentes ampliaram seus sentimentos em relação à morte de Martin Hines, seu mentor durante os anos de kart, no início do ano. “Os últimos meses têm sido muito trágicos. Ver a morte de Christian Bakkerud, que era um grande piloto, e agora a de outros dois pilotos. E também a de Martin Hines, que foi uma grande parte do esporte e me ajudou a chegar onde estou hoje”, avaliou o inglês, lembrando também do falecimento de Bakkerud, que competia em categorias de turismo e morreu após um grave acidente automobilístico na Inglaterra.
“Acredito que isso realmente faz você pensar sobre o que é mais importante. Não me lembro, desde que entrei na F1, de ter tido a chance de agradecer Martin. Realmente põe as coisas em perspectiva. Precisamos ter certeza que falamos tudo o que queremos com as pessoas que são mais importantes para nós”, continuou o piloto da McLaren.
Michael Schumacher, por sua vez, reconhece que a F1 nunca será totalmente segura, e que o destino também teve um papel grande nos últimos acontecimentos. “Não acho que, enquanto estamos pilotando, ficamos imaginando que estamos nos colocando em perigo”, afirmou.
“Primeiramente, nos sentimos confortáveis levando os carros ao limite, portanto nossa ambição é sempre levar os carros até o limite, e é isso que faremos neste fim de semana também”, apontou o piloto da Mercedes.
“Acredito que a segurança total é impossível, em qualquer aspecto da vida. Sim, há maiores riscos envolvidos no automobilismo e sim, a F1 é provavelmente a categoria mais veloz do mundo”, ressaltou o multicampeão. “Mas, ao mesmo tempo, a segurança evoluiu muito. Se você olhar para uma pista nova, há áreas de escape enormes e outras preocupações muito altas com a segurança.”
“Então, se algo acontecer, é isso que eu chamaria de destino e o destino é uma coisa que todos teremos que enfrentar mais cedo ou mais tarde”, continuou Schumacher. “Certamente fiquei muito abalado com o que ocorreu com os dois pilotos que perdemos mas, infelizmente, é a vida”, finalizou.
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