
Na tarde do último dia 18, o Brasil perdeu o seu principal nome do motocross. Prestes a ser o primeiro representante brasileiro a participar de todas as etapas de um Mundial de Motocross, Swian Zanoni, de 23 anos, mor-reu ao colidir em uma árvore durante uma corrida pirata, em Orizânia (MG). Torneios sem fiscalização, que expõem não só a vida dos pilotos como a dos espectadores são uma realidade no cenário nacional. Ao mesmo tempo que oferecem riscos, essas corridas também descobrem talentos e sustentam financeiramente a maioria dos pilotos de motocross do país. O que atrapalha o desenvolvimento do esporte, que atrai mais de 15 mil pessoas em cada etapa do ampeonato Bra-sileiro, estas regularizadas.
Para um piloto de motocross conseguir sua independência financeira somente com o esporte no país é preciso estar entre os dez primeiros do ranking ou, caso contrário, uma alternativa é buscar uma renda extra nas corridas piratas. A afirmação é de Milton Becker, mais conhecido como Chumbinho, representante da velha guarda do motocross e dono de 14 títulos nacionais.
Para um piloto de motocross conseguir sua independência financeira somente com o esporte no país é preciso estar entre os dez primeiros do ranking ou, caso contrário, uma alternativa é buscar uma renda extra nas corridas piratas. A afirmação é de Milton Becker, mais conhecido como Chumbinho, representante da velha guarda do motocross e dono de 14 títulos nacionais.
— No Brasil, é comum que os pilotos comecem a competir em corridas piratas. E isso também acontece com muitas crianças e adolescentes que iniciam cedo no esporte. São pessoas sem experiência, que participam de corridas sem ter a mínima noção do risco que estão correndo — avaliou Chumbinho.
Natural de Santa Catarina, Chumbinho mora na região do país onde o esporte é mais desenvolvido. De acordo com ele, as federações dos estados do Sul são mais ativas e ortes, o que ajuda a impedir a reali-zação de corridas piratas. Fato que não acontece em outras regiões do Brasil:
— Além das inúmeras competições irregulares, muitas corridas são homologadas pela federação, mesmo sem fiscalização nenhuma. Em São Paulo, por exemplo, a cada fim de semana é comum ter mais de três provas aprovadas. E, quem está envolvido com o motocross sabe que a federação não tem estrutura para fiscalizar três provas ao mesmo tempo. Acredito que falta uma pressão maior da Confederação Brasileira de Motocross (CBM) sobre as federações.

Há menos de um mês no cargo, o presidente da CBM, Firmo Alves, conhece muito bem a realidade clandestina do esporte no país. Mas lamenta não ter uma base jurídica ara solucionar o problema. Segundo ele, correr numa corrida homologada sem fiscalização é melhor do que ar-
riscar a vida numa prova sem nenhuma aprovação.
— Não temos poderes legais para impedir uma corrida pirata ou multar os seus organizadores. Fazemos denúncias mas pouco acontece. Quando a corrida é homologada, existe alguém responsável que pode ser
punido em caso de acidente. Numa clandestina, ninguém responde por nada — acrescentou Firmo Alves. — Recebi a informação de que dois dias após o enterro de Swian Zanoni, o organizador da corrida de seu acidente já estava com um trator na cidade vizinha para realizar outro evento clandestino.
A CBM sabe que somente em 2011 dois pilotos morreram em corridas piratas em São Paulo. O dado pode assustar, mas está longe da realidade, já que pouco se sabe que acontece durante eventos clandestinos, onde os acidentes são escondidos com facilidade.
Uma das promessas do motocross, Gabriel Montenegro, de 19 anos, nascido em Tanguá (RJ), já coleciona nove títulos estaduais, além de inúmeras corridas piratas no currículo, assim como o amigo e ídolo Swian Zanoni. O jovem conta que muitas delas são mais bem organizadas e estruturadas que eventos homologados. Mas que ainda não voltou a andar de moto, após o acidente fatal que vitimou Zanoni.
— Sempre compito, mesmo quando as condições da pista não são as melhores. Também não vejo outros pilotos deixarem de correr pelo mesmo motivo — disse Gabriel.
riscar a vida numa prova sem nenhuma aprovação.
— Não temos poderes legais para impedir uma corrida pirata ou multar os seus organizadores. Fazemos denúncias mas pouco acontece. Quando a corrida é homologada, existe alguém responsável que pode ser
punido em caso de acidente. Numa clandestina, ninguém responde por nada — acrescentou Firmo Alves. — Recebi a informação de que dois dias após o enterro de Swian Zanoni, o organizador da corrida de seu acidente já estava com um trator na cidade vizinha para realizar outro evento clandestino.
A CBM sabe que somente em 2011 dois pilotos morreram em corridas piratas em São Paulo. O dado pode assustar, mas está longe da realidade, já que pouco se sabe que acontece durante eventos clandestinos, onde os acidentes são escondidos com facilidade.
Uma das promessas do motocross, Gabriel Montenegro, de 19 anos, nascido em Tanguá (RJ), já coleciona nove títulos estaduais, além de inúmeras corridas piratas no currículo, assim como o amigo e ídolo Swian Zanoni. O jovem conta que muitas delas são mais bem organizadas e estruturadas que eventos homologados. Mas que ainda não voltou a andar de moto, após o acidente fatal que vitimou Zanoni.
— Sempre compito, mesmo quando as condições da pista não são as melhores. Também não vejo outros pilotos deixarem de correr pelo mesmo motivo — disse Gabriel.

Sobrevivente da tragédia na Região Serrana que matou centenas de pessoas após fortes chuvas no início do ano, o mineiro de Divino Swian Zanoni chegou a ficar ilhado na casa da família em Nova Friburgo durante quatro dias, tempo que sua mãe levou para descobrir se ele ainda estava vivo. Passado o susto, o brasileiro só pensava na disputa do Mundial e como seria sua vida na Europa, onde o esporte é mais forte. E foi em visita ao Brasil para participar de apenas mais uma corrida pirata de sua vida que Swian Zanoni sofreu o acidente que impediu a maior estrela do motocross brasileiro de brilhar.
— Swian Zanoni estava se acostumando com as pistas lá de fora. Ano que vem seria a temporada dele — opinou Felipe Lima, amigo e ex-mecânico do piloto
— Swian Zanoni estava se acostumando com as pistas lá de fora. Ano que vem seria a temporada dele — opinou Felipe Lima, amigo e ex-mecânico do piloto
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