Quando estamos em uma subida ou queda, onde os pés e mãos estão em contato com a
parede, ou estamos soltos no ar somente ligados a corda, a sensação da queda nos fascina. Está
no instinto humano a preservação da espécie. As quedas estão naturalmente ligadas a danos
físicos ou fatalidades, portanto o organismo sempre reagirá contra qualquer situação que insinue a
perda de estabilidade.
O corpo ao se deparar com esta possibilidade, se prepara liberando hormônios, que o
deixam num estado de alerta e ansiedade. Os batimentos cardíacos se aceleram estimulando o
metabolismo, a respiração aumenta oxigenando mais o sangue, o sistema digestivo fica em
repouso e a salivação para. As pupilas se dilatam para captar o máximo de informação visual, os
outros sentidos também ficam aguçados, o cérebro processara primeiro as imagens, por terem
mais informações, seguida pela audição, o tato, o olfato e por último o paladar.
Durante a prática de esportes de aventura nas alturas as informações sensoriais são
inúmeras e o cérebro se vê sobrecarregado. Isto acontece porque são informações novas e até
então, desconhecidas. A exposição a alturas leva o organismo a se acostumar com a situação e o
cérebro a processar somente as informações mais necessárias, levando a pessoa a conhecer um
novo estado de consciência, mais tênue, mais sensitivo, onde desenvolve sua capacidade de
concentração e decisão, aspecto este fundamental para a aprendizagem em sala de aula. É neste
estado que se pode desfrutar o prazer de voar, de flutuar ou manobrar seu corpo numa dança com
o vento, a gravidade, as pressões e a velocidade, da vontade, da coragem e da determinação.
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