Brasil recupera a supremacia
Após a derrota na decisão do ano passado para a Espanha, a sua maior rival ao longo da última década, a seleção brasileira de futsal encarou o Grand Prix 2011 com sede de revanche. E ainda que não tenha sido fácil, a desforra terminou em grande estilo: graças a um golaço de peito do craque Falcão na prorrogação, a esquadra canarinho derrotou a Rússia na final por 2 a 1 e conquistou o seu sexto título em sete edições do torneio.
A medalha de bronze ficou com a Argentina, que bateu o Irã por 4 a 2 na disputa pelo terceiro lugar e subiu ao pódio pela quarta vez na história da competição, embora a primeira desde 2008, quando foi vice-campeã. O torneio foi um verdadeiro desafio para 16 países de cinco confederações, muitos dos quais têm tudo para brigar pelo título na próxima Copa do Mundo de Futsal da FIFA, a ser disputada em 2012 na Tailândia. A seguir, o FIFA.com resume os oito dias de competição em Manaus.
Um êxito coletivo
A julgar pelos números, a campanha do selecionado de Marcos Sorato foi quase impecável. Das seis partidas que disputou, o Brasil venceu cinco e empatou uma, conquistando o título de forma invicta. Além disso, terminou com o melhor ataque do campeonato, com 33 gols marcados, e a melhor defesa, com apenas cinco sofridos. Após passar sem dificuldades pela fase de grupos e atropelar o Uruguai nas quartas de final (12 a 0), a seleção brasileira teve de suar um pouco mais diante do Irã nas semifinais, mas resolveu a partida com certa tranquilidade (3 a 0).
Na final, presenciada por dez mil pessoas na capital amazonense, a Rússia obrigou o Brasil a jogar o seu melhor futebol e chegou a sair na frente no placar. A virada, porém, começou com um gol de Valdin e terminou na obra-prima de Falcão já no segundo tempo da prorrogação. "Não é fácil enfrentar um adversário tão difícil e começar perdendo, sobretudo porque eles tinham um contra-ataque muito perigoso", disse o técnico Sorato. "A tranquilidade dos jogadores foi o fator fundamental para ganhar um torneio que, como vimos no ano passado, está cada vez mais complicado."
Falcão, que estava há três partidas sem marcar, destacou a conquista do grupo acima do seu brilho individual. "É verdade que fiz um gol importante, e isso me deixa feliz, mas toda a equipe jogou muito bem, principalmente o Tiago e o Valdin", afirmou o vice-artilheiro do Brasil com cinco gols, atrás de Lukaian, que anotou sete.
Russos e argentinos em alta
Poucos se surpreenderam com a campanha da Rússia, que, embora tenha terminado em oitavo lugar na edição do ano passado, já havia complicado a vida do Brasil na semifinal da Copa do Mundo de Futsal da FIFA 2008. Os europeus saíram de Manaus invictos, com quatro vitórias e dois empates, além do segundo melhor ataque (29) e a segunda melhor defesa (11). "Fizemos uma boa campanha, com grandes atuações", analisou Gustavo, o goleiro brasileiro naturalizado russo que foi um dos destaques da sua seleção. "Perdemos a final no detalhe, mas isso não tira o brilho do nosso desempenho. Definitivamente, a Rússia hoje é uma das grandes potências do futsal."
A Argentina também terminou o torneio com quatro vitórias e nenhuma derrota no tempo normal, mas foi superada pela Rússia por 3 a 2 na prorrogação da semifinal e acabou impedida de disputar uma nova decisão, depois daquela de 2008. Com essa campanha, a Albiceleste confirmou ser a segunda equipe mais forte da América do Sul, tendo em vista também o vice-campeonato obtido na Copa América deste ano, vencida pelo Brasil. Mais uma vez, os destaques argentinos foram Alamiro Vaporaki (sete gols) e Santiago Basile (cinco), autores de 12 dos 26 gols da seleção no Grand Prix.
Tampouco surpreendente foi a quarta colocação do Irã, que repetiu a campanha do ano passado. A equipe do Oriente Médio tem no currículo nada menos que quatro semifinais nas últimas cinco edições do torneio e dois vice-campeonatos, em 2007 e 2009, diante do Brasil. Os líderes da formação iraniana foram novamente Ali Asghar Hassanzadeh, Mohammad Keshavarz Nasrabadi e Mohammad Taheri, todos veteranos da Copa do Mundo de Futsal da FIFA Brasil 2008.
Vale destacar ainda as boas atuações da Guatemala, que venceu o Paraguai na disputa pela quinta posição, e do brasileiro nacionalizado belga André Vanderlei, artilheiro da competição com 11 gols. As seleções africanas, por outro lado, foram a grande decepção do Grand Prix 2011. Angola terminou em 11º, Moçambique ficou em 12º e Zâmbia foi a última colocada entre os 16 países participantes.