Acidente de Robert Kubica numa prova de rali foi o primeiro susto do ano (Foto: AP)Sustos na pré-temporada
Os principais campeonatos internacionais nem haviam começado quando uma batida assustou os fãs do piloto Robert Kubica, no início de fevereiro. Buscando voltar ao ritmo das competições, o polonês sofreu um sério acidente durante uma prova de rali na Itália, na qual foi atingido por uma lâmina do guard-rail, que atravessou o carro. O piloto precisou de duas intervenções cirúrgicas para não perder os movimentos da mão direita, bastante afetada no choque. Mas a lesão desfalcou a equipe Renault-Lotus no Mundial de Fórmula 1, e o time não desenvolveu o carro como era esperado. Oito meses depois, os médicos consideram a recuperação positiva, mas ainda não há certeza a respeito do retorno de Kubica aos cockpits de um Fórmula 1.
Nos testes de pré-temporada da Stock Car, Xandinho Negrão capotou em Piracicaba (Foto: Duda Bairros)Mas estrutura nem sempre é o bastante. Tanto que o tradicional autódromo de Interlagos, em São Paulo, que todos os anos recebe a Fórmula 1, fez três vítimas fatais em menos de dois meses. A primeira foi o fotógrafo João Lisboa, no dia 24 de fevereiro. Especializado em motociclismo, ele sofreu uma série de hemorragias que o levaram à morte após bater na Curva do Café – a mesma onde Rafael Sperafico havia perdido a vida em 2007, na Stock Light. O acidente ocorreu durante um track-day, evento no qual a pista é alugada para que os donos de veículos esportivos experimentem o potencial de suas máquinas.
Acidente fatal de Gustavo Sondermann na divisão de acesso da Stock Car em SP (Foto: Vanderley Soares)A sequência de acidentes na pista de Interlagos também mobilizou os administradores do autódromo paulistano, que construíram uma chicane na Curva do Café, inaugurada em agosto, quando a Stock Car realizou a Corrida do Milhão. Uma prova que marcou a volta às pistas do piloto Tuka Rocha, que saiu praticamente inteiro de um incêndio de grandes proporções em seu carro logo na segunda volta da etapa anterior, no Rio de Janeiro. Com o cockpit tomado pelas chamas, o paulista de 28 anos salvou a própria vida ao se jogar do carro em movimento. O fogo começou no sistema de escapamento.
Tragédias nas categorias top
Não foi apenas nas pistas brasileiras que o perigo rondou os competidores. No dia 16 de outubro, o que era para ser uma corrida festiva da Fórmula Indy em Las Vegas, nos Estados Unidos, acabou em tragédia. Na prova de encerramento da temporada, que marcava a despedida dos chassis usados pela categoria desde 2003, havia até um prêmio de US$ 5 milhões (cerca de R$ 8,8 milhões) para o caso de vitória do inglês Dan Wheldon, convidado pela organização. Mas a criticada opção de colocar 34 carros numa pista de uma milha e meia de extensão e 20 graus de inclinação transformou-se num acidente de grandes proporções, que envolveu 15 pilotos. Um cenário semelhante a um campo de batalha, que matou justamente o grande astro da prova, campeão da Indy em 2005 e vencedor de duas edições das 500 Milhas de Indianápolis. Wheldon tinha 33 anos.
Batida envolvendo vários carros em Las vegas causou a morte de Dan Wheldon na Indy (Foto: Getty Images)O comentarista da TV Globo, Reginaldo Leme, considera que diversos fatores pesaram para que o esporte a motor vivesse uma temporada tão difícil.
- No estágio em que estamos em relação à segurança de carros e autódromos, o que aconteceu este ano está bem fora da normalidade. Mas, analisados separadamente, em cada caso encontra-se uma causa fortuita. Por exemplo, a batida em "T" no carro do Sondermann, que é um caso inevitável. Já na MotoGP, fatalidade absoluta. Cansamos de ver acidentes daquele tipo sem maiores consequências. No caso da Indy, eu ponho a culpa nos americanos, que fazem um automobilismo diferente do resto do mundo. Botar 34 carros naquela pista oval de 1,5 milha é procurar problema. Este poderia ter sido evitado - analisa o jornalista, que tem 40 anos de experiência na cobertura da Fórmula 1 e de outras categorias do automobilismo mundial.
Acidentes graves também no Motocross
Até no segmento dos esportes radicais, a temporada 2011 não tem sido das mais tranquilas para as competições motorizadas. Durante a disputa do Mundial de Motocross em abril, na Bulgária, o goiano Wellington Garcia quase perdeu a vida depois de uma queda. O piloto de 22 anos, campeão brasileiro da modalidade, ficou 39 dias internado num hospital da capital búlgara – período no qual sofreu seis cirurgias, levou mais de 100 pontos, perdeu cerca de 20 kg e teve alguns órgãos internos parcialmente comprometidos. Mas Wellington não foi o único brasileiro a sofrer um grave acidente nas pistas de Motocross. Em setembro, Swian Zanoni, uma das grandes promessas do país na modalidade, morreu ao chocar-se com uma árvore durante uma exibição em Minas Gerais. Ele tinha 23 anos.
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