Cantor pernambucano, que chegou a integrar as categorias de base do Timbu, lembra empate por 0 a 0 com o Santa Cruz em 1984

E a paixão por pouco não virou profissão. Ainda criança, Otto passou a jogar futebol em times das escolas por onde estudou até chegar ao time de futebol de salão do Náutico. Pouco depois, foi se aventurar nas categorias de base do clube, na década de 1980. Entretanto, o “talento” como centroavante não chegava a ser brilhante e, aos poucos, a bola foi sendo trocada pelo palco. O passado futebolístico lhe faz ter boas recordações.

Do campo para a arquibancada foi um pulo. E foi justamente como torcedor que Otto viveu a sua maior alegria no Timbu. Diferentemente da maioria, a paixão pelo clube não foi fruto de conquistas, muito menos influência da família, mas sim pelo período vivido nos Aflitos. Tanto que, nascido em 1968, o cantor não chegou a comemorar o titulo do Campeonato Pernambucano de 1974. Depois disso, o clube passou longos dez anos sem conquistar um troféu.

- Lembro que o Santa Cruz pressionou pra cacete, e o Mazaropi fechou o gol. O nosso time era muito bom, tinha o Baiano, o Denô, mas o jogo não acabava e eu já estava pensando que íamos levar um gol. Mas ainda bem que não levamos. Já imaginou a bronca que seria perder?
Durante o jogo, o Santa Cruz, que perdeu a primeira partida da final por 2 a 1 e tinha que vencer para evitar o título alvirrubro, se lançou para o ataque. Com isso, o Náutico tentava a sorte no contragolpe, mas a bola não queria entrar. Em duas oportunidades, Baiano chegou a ter a chance de abrir o placar, mas não conseguiu concluir para o gol.
Quando o jogo acabou, a gente saiu a pé do Arruda até a sede do Náutico para comemorar em casa"
Otto
- Cara, o tempo passava e o jogo não acabava. E a gente naquela aflição. Aí, o juiz marcou uma falta e a gente foi logo invadindo o campo porque pensamos que o jogo tinha acabado. Foi uma greia.
Com os torcedores em campo, não restou outra alternativa ao árbitro a não ser acabar o jogo. Pouco tempo depois, as ruas do Recife foram tomadas de vermelho e branco. A festa da torcida é algo que não sai da cabeça do artista.
- Oxe, quando o jogo acabou a gente saiu a pé do Arruda até a sede do Náutico, para comemorar em casa. Porque é chato fazer festa na casa dos outros. Foi muita arreação, o povo todo andando, correndo pulando, virou carnaval. Quando chegamos lá na sede, a festa durou a noite toda.

(Foto: Antônio Carneiro)
Atualmente Otto mora no Rio de Janeiro, mas, mesmo longe do Recife, o cantor não deixa de acompanhar o time de coração. Não faz o estilo de torcedor que sabe a escalação na ponta da língua, mas acompanhou de perto a campanha do time na Série B deste ano. E o retorno à Série A empolgou o ilustre torcedor.
- Mesmo morando aqui no Rio eu gosto de acompanhar o Náutico, sim. Voltar à Primeira Divisão foi muito bom, isso nos coloca novamente no topo do futebol nacional.
Criticas à nova arena

(Foto: Divulgação/Arena PE)
- Esse negócio de sair dos Aflitos para jogar em São Lourenço da Mata (Região Metropolitana do Recife) não existe. Aquilo lá nunca será a casa do Náutico. Já imaginou se o jogo que eu falei fosse hoje? Como seria sair do Arruda para São Lourenço? Isso não existe. Nossa casa é lá na Rosa e Silva, nossas histórias todas foram lá. Ter que sair de sua casa por conta de negociações que só prejudicam o clube não é nada bom. Acho que isso só servirá para prejudicar o Náutico.
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