Primeira ginasta nota 10 da história conta como foi chegar à perfeição e diz o quanto é difícil levar o ouro sendo campeão mundial, como o brasileiro
No dia 12 de novembro do ano passado, Nadia completou 50 anos. Ela vive nos Estados Unidos desde 1989, quando pediu asilo por causa do regime comunista da Romênia. No país, montou uma rede de academias de ginástica ao lado do marido, Bart Conner. E foi em uma delas que a ex-atleta foi entrevistada pela edição de fevereiro do "Rumo a Londres". O assunto principal não poderia deixar de ser aqueles dias perfeitos no Canadá e como ela chegou àquele nível.
- Penso que na minha carreira atlética ganhar um 10 foi um grande dia na minha vida. Acho que você nunca deve tentar fazer mais do que está preparado, porque é onde vai errar. As Olimpíadas acontecem a cada quatro anos. Você só tem uma oportunidade lá. Uma apresentação de ginástica leva um minuto e vinte segundos. É uma combinação de habilidades e psicologia, ser capaz de bloquear todo o barulho que está ao seu redor. E ter a qualidade de um campeão em si. Não é fácil, mas você tem que ser essa pessoa que nasceu para fazer isso - disse Nadia.
Diego Hypolito na final do solo no Pan de
Guadalajara (Foto: Ricardo Bufolin / Photoegrafia)
As palavras da romena naturalizada americana servem de conselho para o brasileiro Diego Hypolitonos Jogos Olímpicos de Londres. Após ser perguntada sobre o ginasta brasileiro, disse que a pressão por ele ser um campeão mundial deve ser controlada psicologicamente. Guadalajara (Foto: Ricardo Bufolin / Photoegrafia)
- Não sei o quanto treinam, não sei sobre a preparação, mas há várias pequenas coisas para ser criar esse ambiente perfeito para a apresentação. Muitas vezes, quando você sabe que é um campeão mundial, é muito difícil. Porque você sabe que é um campeão mundial, que esperam que você ganhe as Olimpíadas. E muitos campeões simplesmente não conseguem. Nós temos exemplos na ginástica também. Eu não era uma campeã mundial e ganhei as Olimpíadas. Então, está tudo aqui na sua cabeça - disse Nadia.
Se desconhece o método usado nos treinamentos dos ginastas brasileiros, Nadia entrou em contato com a essência do esporte do país ao se exibir no Rio de Janeiro:
- Sou uma grande fã de Pelé. Quando eu competi no Maracanãzinho muitos anos atrás, ele era a única coisa na qual as pessoas falavam. E eu tive a chance de assistir a um jogo de futebol quando Pelé ainda jogava. Mas quando você pensa nos atletas, pensa nas lendas. E você fala em Pelé, Mark Spitz, Michael Phelps, Maradona, Ali. Mesmo que anos e anos se passem, você vai continuar se lembrando - disse a campeã olímpica.
Para quem representou como poucos a perfeição, Nadia demonstrou a simplicidade dos gênios ao definir a palavra:
- Não tenho certeza se posso ser perfeccionista na minha vida. Eu tento fazer o melhor que posso, porque sei os meus limites. Eu não sei exatamente qual a definição de perfeição. Penso que talvez lá, quando eu tinha 14 anos, naquele momento particular, para os juízes, eu era a melhor de todas. Mas acho que ser perfeito significa quem alcança primeiro um nível superior. Mas aquele nível superior pode durar cinco segundos e alguém virá e será melhor que você.
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