quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Sem apoio, badminton tem atletas em lista de barrados por dívida de R$ 9 mil

Sobrevivendo apenas com verba pública, CBBd vai apelar para empréstimo. Hoje, nenhum brasileiro poderia participar de torneios internacionais

Por João Gabriel Rodrigues São Paulo
Daniel Paiola, atleta da Seleção Brasileira de Badminton (Foto: Divulgação)Daniel Paiola, principal nome do badminton no
país: problemas na confederação (Foto: Divulgação)
O valor, a princípio, não chega a assustar. Mas, sob intervenção desde o início de 2011, a Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) enfrenta uma nova série de problemas. Multada pela Federação Internacional (BWF) por casos de atletas que se inscreveram em competições e não participaram, a entidade se encontra com uma dívida em torno de R$ 9 mil e sem dinheiro em caixa para pagar. Sem patrocinadores e sobrevivendo unicamente com a verba da Lei Agnelo/Piva, que não pode ser usada em pagamento de multas, a Confederação viu sete de seus principais nomes em atividade serem incluídos em uma lista de barrados em torneios internacionais. Inclusive nos classificatórios para os Jogos de Londres.
E poderia ser pior. Dono de uma medalha inédita nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, Daniel Paiola também estaria na lista, não fosse um apelo do interventor Alexandre Augusto Sampaio junto à BWF. A Federação aceitou, já que o atleta já estava a caminho de um torneio em Uganda, e a CBBd ganhou um prazo maior para regularizar o caso do atleta. Hoje, Hugo Arthuso, Yasmin Cury, Fabiana da Silva, Alex Tjong, Luís dos Santos e as irmãs Luana e Lohaynny Vicente aparecem no site da BWF como barrados. Todos eles por não participarem do Aberto da Espanha, no início de outubro, às vésperas do Pan. Por conta disso, nenhum atleta brasileiro, mesmo fora da lista, poderia participar de competições neste momento.
Alexandre se defende. Afirma que, sem patrocinadores próprios, a CBBd não tem como pagar a dívida. A solução encontrada foi um pedido de empréstimo por conta própria.
- São atletas que se inscrevem e, por não comparecerem, acabam gerando uma multa. Estamos fazendo o possível. Só temos os recursos da Lei Agnelo/Piva, que não podem ser usados em multas. E não temos patrocínio. O Paiola estaria na lista, mas solicitamos à BWF que analisasse melhor o caso, porque é um atleta com boas chances de medalha nas Olimpíadas. A BWF não cobrava essas multas, hoje cobra. E a confederação não tem dinheiro para isso, então vai se acumulando – afirmou o interventor.
A CBBd, a princípio, se responsabiliza apenas pelos atletas em competições internacionais. A dívida, no entanto, cresceu também por conta de atletas que não disputaram a Brazil International Cup, reconhecida pela BWF e organizada em São Paulo, em setembro do ano passado. Para regularizar a situação dos atletas em busca da vaga olímpica, porém, a confederação precisa pagar toda a dívida.
Por isso, a CBBd colocou uma nota em seu site, solicitando às federações estaduais e às instituições esportivas o pagamento da multa de cada um de seus atletas. Com as irmãs Luana e Lohaynny na lista de barrados, Sebastião Oliveira, do Miratus Centro de Treinamento de Badminton, se disse surpreso com a cobrança e teme que o problema prejudique a preparação das atletas.
- Não foi um erro nosso. A instituição não se envolve nesses casos. Se eles se complicaram, não podemos fazer nada... Mas fica uma situação chata para os atletas.
Segundo a confederação, o problema será resolvido em breve. Tanto que os atletas barrados foram convocados para a Thomas & Uber Cup, principal competição de equipes de badminton no mundo, que será realizada entre os dias 16 e 19 de fevereiro, na Califórnia.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário